quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Prémio "(Solicita-se ao cão que abandonou o dono na estrada o favor de o ir buscar ao canil) E se eles soubessem o que eu sei, o que diriam..."

Serviço Regional de Saúde divide opiniões
Regional 2009-02-11 07:30

O Dia Mundial do Doente é assinalado esta quarta-feira e o AO online foi para as ruas da cidade de Ponta Delgada saber qual a opinião dos açorianos sobre o Serviço Regional de Saúde (SRS).
As opiniões foram muitas e bastante diversas, havendo, assim, pessoas que estão satisfeitas com o serviço prestado nos hospitais e centros de Saúde da Região e, outras, que nem por isso. "A nossa visão está focalizada nos doentes"
“Está satisfeito com o Serviço Regional de Saúde?”, “Tem queixas ou sugestões a fazer?”, “Passou por algum momento menos bom no Serviço Regional de Saúde?” e “Tem facilidade em aceder a um médico?” foram as questões centrais do inquérito.

Das respostas pode-se concluir que há quem preferisse que acontecessem “grandes mudanças”.

A sugestão mais vezes mencionada, foi a de haver um maior apoio aos idosos no SRS e, até, mesmo às famílias destes idosos, que muitas vezes têm algumas dificuldades no acesso ao hospital ou aos centros de saúde.
As já bastante conhecidas listas de espera do serviço público foram a principal queixa dos entrevistados, que deixaram a sugestão aos hospitais de melhorarem a organização do seu sistema.
À questão “Está satisfeito com o Serviço Regional de Saúde?”, Maria Castro, doméstica de profissão, salientou que, pelo facto de viver nas Flores, “uma ilha tão distante”, acaba por ter maiores gastos com a saúde.
“Eu estou satisfeita, mas como sou de fora, acabo por ter de me dirigir ao privado para resolver os meus problemas de saúde, o que é bastante mau, porque se torna muito dispendioso”, afirmou Maria Castro.
Já Lúcia Ferreira, também doméstica, respondeu à mesma questão com a frase: “Não, nem pensar!”, explicando em seguida que “até a mudança do Serviço de Atendimento Urgente (SAU) para perto do Hospital Divino Espírito Santo fez com que passássemos primeiro pelas urgências, esperando, às vezes, dias inteiros e horas a fio para ser atendidos, vezes sim e vezes não, bem ou mal”.
À pergunta “Tem facilidade em aceder a um médico?”, Lúcia Ferreira respondeu negativamente, salientando que são muitas as vezes que se “tem de esperar mais de seis meses para se ser atendido e até mesmo para saber os resultados dos exames”. E acrescentou que tinha conhecimento do serviço público já ter perdido exames, “acabando o doente por não saber qual o resultado”.
Também Cátia Braga, técnica administrativa, reclamou do Serviço de Saúde actual, afirmando ter “facilidade em aceder ao médico da Casa do Povo”, mas que, porém, já chegou “a ficar dois anos sem consultas, porque o médico nunca aparecia no dia, acabando por ter de recorrer às urgências do hospital”.
No entanto, Antónia Mira (Técnica Comercial), Manuel Andrade (Reformado) e Jaime Goth (Músico) afirmaram que não tinham qualquer dificuldade de acesso a algum médico no SRS.
Antónia Mira fez questão de salientar no seu depoimento a falta de apoio que existe aos doentes de Parkinson e de Alzheimer. Isto, porque para esta técnica comercial “são doenças mais críticas e complicadas de se lidar” e acrescenta que “também é necessário haver um maior apoio aos familiares destes doentes, que acabam por estar limitados por estas doenças serem tão difíceis”.
À questão “Passou por algum momento menos bom no SRS?” as respostas também foram variadas, sendo que a maioria respondeu que apenas o facto de terem de esperar tanto tempo para serem atendidos ou para fazerem exames ou, até mesmo, para saberem os resultados destes, os desagradava.
Contudo, Manuel Andrade revelou que no Verão passado foi assistido num dos hospitais do Continente e que, comparativamente com o SRS, foi “muito mal atendido”, tendo mesmo desistido de esperar e optando por dirigir-se a um médico privado. “Entrei no hospital às 16h30 e eram 21h00 horas e ainda não tinha sido atendido” salientou.
Manuel Andrade disse ainda que “o atendimento que tive no Hospital de Ponta Delgada foi correctíssimo e conveniente”, acrescentando que, na sua opinião, “nas Urgências não há qualquer problema de organização, apenas é necessário esperar pela nossa vez”.
Todavia, Lúcia Ferreira contou: “Numa das vezes que tive de me dirigir às Urgências e que lá fiquei horas à espera, assisti a um miúdo que tinha o braço partido e que teve três horas à espera para ser assistido”.
Por sua vez, Carlos Borges, funcionário público e natural do Continente, sugeriu que o SRS continue o mesmo trabalho, contratando mais profissionais e adquirindo mais material.
Teresa Franco/Olímpia Granada

2 comentários:

Anónimo disse...

E o que é que tu sabes?

Anónimo disse...

No Dia Mundial do Doente açorianos queixam-se de falta de médicos e das esperas nos Hospitais
Publicado: 2009-02-11 11:05:47 | Actualizado: 2009-02-11 11:16:23
Por: Carlos Tavares

De um modo geral, as pessoas ouvidas pela Antena 1 / Açores queixam-se da falta de médicos, de esperas intermináveis para obter uma consulta ou para um atendimento na urgência hospitalar.

O facto é que as queixas são as mesmas de sempre: o tempo passado nas salas de espera ou nas consultas de urgência que, em qualquer hospital, irrita até os mais calmos, como é o caso de quem aguarda mais de um ano para resolver o seu problema, culpas que os utentes não só apontam para os médicos, como também para o Governo, que tem directas responsabilidades na matéria.

Neste Dia Mundial, a falta de médicos de família continua a ser um dos problemas denunciados pelas pessoas, mas, no meio de tanta insatisfação, há sempre alguém que se encontra conformado com o que tem ao seu dispôr para conseguir ultrapassar as suas maleitas, o que pode ser encarado como um bom incentivo para os profissinais do sector.

Tânia Martins / Carlos Tavares