domingo, 8 de fevereiro de 2009

Prémio "E porque não dar bolsas para fazer bébés?"

Natalidade: Autarquias e investigadores reclamam medidas nacionais para combater desertificação
08 de Fevereiro de 2009, 10:19

Lisboa, 08 Fev (Lusa) - O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defendeu hoje que o Governo deve tomar medidas para incentivar a natalidade nos concelhos desertificados, uma reclamação que é também subscrita (...) Maria Filomena Mendes, investigadora e professora da Universidade de Évora, para quem é importante que a "muito baixa" fecundidade nacional seja encarada como "um problema do país" e não apenas do interior. "Não é um problema só do interior envelhecido e desertificado. O problema da fecundidade é nacional", defendeu a investigadora, especializada nas questões de natalidade e fecundidade em Portugal.
Depois de vários municípios do interior do país terem avançado com incentivos à natalidade para contrariar a perda da população. "Para estancarem a desertificação e fixarem população as autarquias deitam mão a todos os instrumentos possíveis e imaginários", salientou, por seu turno, o presidente da ANMP.
"O Governo devia criar incentivos nos municípios que comprovadamente estão a perder população, nomeadamente fazer uma discriminação positiva em termos fiscais para reforçar as medidas que as autarquias estão a tomar", defendeu.
Na sua opinião, "um país assimétrico, com um corpo raquítico e uma grande cabeça, não se desenvolve".
"E mesmo dentro de qualquer concelho do litoral há zonas com realidades bem diferentes do litoral puro", acrescentou. Esta é também uma preocupação de Maria Filomena Mendes, salientando que muitas regiões do litoral "estão neste momento confrontadas com uma situação de poucos jovens, de muito poucos jovens".

Daí que, segundo Maria Filomena Mendes, é importante que as "autarquias, os governos, os decisores políticos e as pessoas em geral comecem a consciencializar-se de que o problema da fecundidade tem que ser encarado e devem ser criadas as condições para que haja, realmente, alguma promoção da natalidade". "O declínio da fecundidade, embora realmente seja uma situação muito gravosa para o interior há mais tempo para o litoral também é", disse. Os incentivos à natalidade promovidos pelas autarquias podem, nuns casos, "contribuir para que os casais tenham filhos mais cedo, mesmo que a sua fecundidade final não se altere", enquanto que, noutros casos, "pode mesmo aumentar a fecundidade".

AMF/RRL/PJA. Lusa/Fim


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